quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Vagas impressões – Smashing Pumpkins – “Monuments To An Elegy”



Mais uma daquelas capas que ninguém entende, mas acham cult

Logicamente que aconteceu (continuará com outros artistas) o vazamento do novo álbum do Smashing Pumpkins. “Monuments To An Elegy” tinha lançamento oficial marcado para o dia 09 de dezembro, mas pipoca desde a semana passada pela web. Isso fará alguma diferença nas vendas em formato físico? Nem que nasçam os cabelos do Billy Corgan.

A pergunta que fica é: os abóboras amassadas continuam relevantes? Claro que sim, mesmo com a singela fraqueza dos discos anteriores. Se o novo álbum não possui a destreza e a qualidade de um “Siamese Dream”, ao menos é o melhor trabalho desde “Adore”, de 1998 (sim, eu acho um puta álbum).

Corgan convocou Tommy Lee, baterista do Motley Crue, para dar aquele “peso sensível” que Jimmy Chamberlin proporcionava com maestria. E percebe-se a diferença já na primeira faixa, “Tiberius”. A sonoridade lembra qualquer uma das músicas de “Oceania”, mas com bateria mais reta e guitarras menos limpinhas. Já a segunda canção, “Being Beige” é uma baladinha com delicado dedilhado de violão, aquelas letras sentimentais que só Corgan consegue discorrer e um tecladinho fazendo a cama climática. É bonita, mas nada excepcional. E após esse carro-chefe, as coisas melhoram. “Anaise!” tem uma levada funkeada e (pasmem) um contrabaixo bem classudo. “One and All”, disparada a melhor faixa, tem guitarras, guitarras e guitarras e aquele texto de perdedor caprichado, quase que uma composição vinda de “Gish”. Ao vivo vai ficar do caralho!

Continuando sua vibe por sintetizadores, iniciada pesarosamente em “Zeitgeist”, vem “Run2Me”, a mais meia boca de todas. Mas “Drum + Fife” compensa, com sua bateria marcial nos primeiros segundos e melodia marcante. E a tecladeira retorna, porém, executada sem gratuidade, em “Monuments”, com bom riff e ataques. Já a climatizante “Dorian” poderia estar perfeitamente em “Adore” e a derradeira “Anti-hero” é uma autobiografia que confirma: não adianta chiar, enquanto eu continuar com coragem de meter a cara, vou lançar discos.

Apesar do pesares, das mudanças constantes de integrantes e do variável (des)humor, Billy Corgan não vai abandonar sua carreira e prosseguirá domando a sua criatura.