O novo disquinho está suculento.
Já está solto pelo pandemônio internético o novo trabalho do Pato Fu.
E temos excelentes notícias: o John aparece cantando em duas faixas e a sua
guitarra voltou a ficar nervosa. Depois de sete anos sem lançar álbum com
músicas inéditas, os mineiros retornam mais dançantes. Ponto para eles. Talvez
os fãs pré-históricos (como eu) não aguentariam prestigiar um disco
contemplativo (“Daqui Pro Futuro”) ou repleto de calmaria, mas inventivo (“Música
de Brinquedo”).
Preenchido do mais puro pop, cada canção é um convite para se
balançar, bater o pezinho ou a palminha. Tudo inicia com a deliciosa “Cego Para
as Cores”, primeiro single postado na web. Divertida, contagiante e com dois
andamentos distintos, se destaca pela distorção da guitarra e os elementos
eletrônicos. Na sequência vem “Crédito ou Débito”, cuja introdução-chupada você
sacará na primeira nota de qual música se trata.
Mas o negócio começa a ficar do bom para excelente com “Ninguém Mexe
Com o Diabo”, onde é percebida a diferença do novo baterista Glauco Mendes e,
novamente, saliências jactantes de avultas para as guitarras do John.
É claro que há algo que incomoda e permeia todo o álbum: a preocupação
pela afinação na voz de Fernanda Takai. Nos primórdios, com aquela zorra sônica
que os Fus faziam, não havia tanta ansiedade em apresentar algo 100% limpinho.
Talvez se um pequeno “desleixo” vocal se sobressaísse, ora ou outra, as interpretações
seriam mais suculentas. De toda a maneira, isso é apenas uma observação xiita
que nada interferirá na gostosura que é “Não Pare Pra Pensar”.
