Depois de eleger os melhores álbuns nacionais, agora vamos para os discos internacionais. O ardiloso critério continua o mesmo e vale aqui uma citação da banda Ludov: excesso de razão é como opinião, se não ajuda, atrapalha.
14º – U2 – Songs Of Innocence
Ok, teve a polêmica com o iPhone e tudo mais. Porém, o álbum não é
ruim. Se não chega aos pés de “Acthung Baby”, ao menos, é o melhor dos últimos três
discos lançados até agora. As letras poderosas estão lá e o Bono consegue
imprimir aquela falsa-verdade que engana superbem. E funciona pra caralho.
13º – Beck – Morning Phase
Está aí um cara que nasceu com a bunda virada para a lua, pois é
incrível a sua capacidade de não errar em seus álbuns. Melancólico e
contemplativo, esse disco possui as mais belas canções compostas pelo
pequenino.
12º – Jorge Drexler – Bailar en
la Cueva
Apesar de sua música não ser “caliente”, como a maioria dos latinos
que tentam a vida “afuera”, nesse trabalho o uruguaio viaja por sons mais
dançantes e acerta em todas as canções, que possuem as mais gostosas
referências da nossa amada América do Sul.
11º – Chet Faker – Built on Glass
O barbudão surpreendeu muita gente com a sua mistura de soul e eletrônico.
Caiu no gosto dos moderninhos de plantão e debutou num belo trabalho que prima
pela importância da melodia, mesmo em um mundo repleto de iggyazaleas.
10º - Lana Del Rey –
Ultraviolence
Sem perder muito tempo: seu primeiro álbum tem mais baixos do que
altos. Seu ponto forte são seus vídeos e a sua natureza angelical-vagabunda.
Mas a garota conseguiu com Ultraviolence imprimir a sua melancolia com gotas de
prata e ouro.
9º - Interpol – El Pintor
O álbum não traz nada novo, se comparado com os antecessores. Mesmo
assim, consegue ser melhor do que qualquer bandinha que se inspira no Joy
Division, com um único objetivo: ser soturno. E mesmo sem o baixista original,
as linhas do instrumento continuam lindas.
8º - Cloud Nothings – Here and Nowhere Else
Para bater palminha e o pezinho no chão. O disquinho do grupo consegue
imprimir uma pureza que o Everclear sempre quis, mas nunca conseguiu. Cheio de
distorção a la anos 90, o Cloud
Nothings te convida para ser pós-punk.
7º - Jack White – Lazaretto
O mais prolixo dos roqueiros não precisa provar mais nada a ninguém.
Tem o respeito da crítica. Tem sucesso de público e é escalado para ser
headliner de festivais. “Lazaretto”
apenas comprova o talento do ex-White Stripes.
6º - Pixies – Indie Cindy
Todo mundo torceu o nariz, mesmo ouvindo apenas uma vez. Alguns nem
chegaram ao final do disco, que tem pelo menos uma pérola: Magdalena. Se é um
cover de si, não importa. A guitarra de Joey Santiago continua foda!
5º - Sharon Van Etten – Are We
There
Belíssimas melodias que deixariam Suzanne Vega louca de felicidade,
com doses de tristeza que abririam sorrisos em Tori Amos. Sharon Van Etten é
pura sinceridade e expressa suas derrotas tão bem que é impossível não
mergulhar no mundo da moça.
4º - Smashing Pumpkins –
Monuments To An Elegy
É melhor que “Oceania”? Não tenha dúvidas. Apesar de carregar a fama
de peçonhento e chatonildo, Billy Corgan ainda tem relevância no rock. E o cara
caprichou nas linhas de guitarra nesse trabalho, que já vale pela pancada
chamada “One and All”.
3º - TV On The Radio – Seeds
As dores de um grupo em doses nada homeopáticas. A banda perdeu um de
seus integrantes e resolveu por essa baixa em harmonias e melodias que comprovam:
a idiossincrasia do TV On The Radio jamais deve ser confundida com chatice.
2º - St. Vincent – St. Vincent
Dona de um peculiar (e estranho) jeito de tocar guitarra, ela já
flertou com David Byrne e fez do seu quarto álbum um conjunto de excelentes
canções indies, feitas para ouvir com atenção, pois suas camadas revelam
segredinhos de uma produção extremamente caprichada.
1º - The War On Drugs – Lost In The Dream
Pense no Bob Dylan fase anos 1980 se encontrando com o Fleetwood Mac
para um café da manhã em alguma espelunca de São Francisco pós-1993,
acompanhados do Mercury Rev. Não entendeu ou se perdeu nas referências? Então
procure a canção “Under The Pressure” que, com certeza, irá compreender. E
assim The War On Drugs nos deleitou com o melhor álbum de 2014.













