É incrível força motriz da Nação Zumbi. A banda ainda não lançou um
disco meia boca. Desde a época do icônico Chico Science, os pernambucanos
enobrecem os ouvidos dos alheios com muita riqueza musical. O mais recente
trabalho, que leva apenas o nome do grupo, não apresenta nada de novo se
comparado com o último disco, “Fome de Tudo”. Mas isso é algo ruim? De maneira
alguma. Mostra o quanto são coerentes na proposta auditiva e artística.
Os tambores do maracatu continuam firmes e fortes e, para variar, quem
rouba a cena de assalto é Lúcio Maia, um dos mais inventivos guitarristas da
atual música popular brasileira. Não à toa, Marisa Monte chamou-o, junto a Pupillo
(bateria) e Dengue (baixo) – também da Nação –, para integrarem a sua banda na
turnê de divulgação do CD “O Que Você Quer Saber de Verdade”. Maia é o
indivíduo que preenche com saborosas linhas as canções que se destacam: o
mezzo-reggae “Defeito Perfeito” e a balada “Cicatriz”.
Caso o exercício seja procurar agulha no palheiro, podemos dizer sim
que existe algo levemente diferente no “Nação Zumbi”. Trata-se de “A Melhor
Hora da Praia”, que tem vocais da já mencionada Marisa Monte. Jorge Du Peixe,
muito seguro em seus graves, carrega a música sem delxá-la enfadonha. Sem
mencionar que é sempre bonito ver a diva se arriscar, algo que não fez em seus
últimos trabalhos.
Bem dosado, conciso, coeso, pop e nada enjoativo, é óbvio que o álbum
entrará nas listas de melhores de 2014. Também, pudera, a Nação não erra nem
quando está de brincadeira.
Ls.Handa
