Esqueça a Feist do hit "1,2,3,4". Os quatro anos de intervalo entre "The Reminder" e o novo "Metals" deixaram a moça mais sensível. As canções de hoje da cantora possuem uma pegada mais blues, mas com aqueles toques delicados que ela consegue sobrecarregar em suas composições. Quanto ao canto, nem é preciso mencionar: as linhas vocais continuam perfeitas.
Se você ficou fã da canadense por causa da coreografia caprichada do clipe de "1,2,3,4" com certeza irá se assustar ao ouvir "Metals". A alegria reprimida de outrora encontra a recaída e tratoriza em melodias menos assoviáveis. O lamúrio é o ditar da regra. Os pianos são a linha-mestre. As baterias retas são os ditames. As letras são a mola propulsora para as belas melodias.
"Metals" não é genial, no entanto, várias compositoras atuais dariam seus ovários para conseguir parir músicas como a Feist escreve. O disco é perfeito para tomar café da manhã, de preferência acompanhado pela pessoa amada. Se ela não existe, tudo bem, as canções combinam muito bem com pão e margarina numa solidão matinal de reflexão e sagacidade.
Leonardo Handa - Jornalista