
Uma nostalgia momentânea me invade de uma Pato Branco que eu sobrevivi. Dos lanches no Água na Boca, quando a Ibiporã era mão dupla. Das noites incríveis no Farol 6/30 e da fumaça de alcatrão que era permitida. Dos sanduíches do Paullus lanche, em seu velho trailer, que ficava em um terreno onde hoje é o prédio da Taigá Calçados. Da turma 1995 de edificações do antigo Cefet. Das boas bandas que tocavam no Frangos e Fritas, a melhor lanchonete-bar que a cidade já teve. Da loja CD & CIA, na época em que comprávamos CDs, onde encontrei por R$ 8,90 o disco "Grace", daquele que todo mundo sabe o nome. Da falida Unetral, onde comprei um colchão para o meu apartamento, que existe até hoje, mas é menos marginal. Falando nele, ele ficava localizado no "treme-treme" que servia de base para a MacModas, uma loja de roupas tão esdrúxula quanto a velha Curruíra ou os gritos do "Ah, Ah, Ah". Pobrezinho, morreu atropelado no trevo do Patinho, quando ainda dava para se ver o Pato lá exposto e que um dia alguém pintou-o de preto e foi preso. Nostalgia também da fechada loja H&M, do mofo do Cine Guarani e depois Cinema 1, do bar Zepelin, onde hoje é uma videolocadora. Nostalgia do escritório de arquitetura o qual eu trabalhava, do pão de queijo da Panificadora Darling, da rodoviária no centro da cidade, da avenida Tupi quando passava em frente à Igreja Matriz, do posto Alabama na época em que foi inaugurado, da banda Rosa dos Ventos, das fotos do Rudi Bodanese, da Liliane Miranda, dos antigos carnavais no Pinheiros e do baile do Hawai do Grêmio Pato-branquense. Nostalgia quando eu tinha um gol 93 que sempre me deixava na mão, das noites na chatíssima Biele Club e das velhas putas da Lamour. Saudades de você, querida adolescência pato-branquense.