
O ex-titãs é pontual. A sua apresentação no Clube Pinheiros, em Pato Branco, estava marcada para iniciar às 1h e, de fato, iniciou. No entanto, o seu show não foi nada pontual. Nando Reis começou o set list com “Sou Dela”, do bacana “Sim e Não”, um álbum repleto daquelas belíssimas baladas que somente o paulista consegue compor. O clima começou animado com a canção, que seguiu com o hit “Do Seu Lado”, mais conhecido pela versão original do Jota Quest. O público vibrou, pulou e cantou, tudo muito bem acompanhado pela competente banda Os Infernais, que é o pulmão sônico do cantor.
Depois de uma introdução breve, o ambiente ficou morno e as canções que funcionam perfeitamente no conforto do lar, se tornam insuficiente de segurar o show. “Relicário”, por exemplo, é lindíssima. No entanto, ao vivo não possui tanta força e causa bocejos. “All Star”, homenagem escrita para a Cássia Eller, não chegou à unha do dedão do pé nem com as desafinações charmosas do Nando Reis. Uma pena.
Nesta atual turnê, “Bailão do Ruivão”, dedicada a inusitados covers que passeiam de “Você Não Vale Nada” a “Muito Estranho”, do compositor Dalto, o ex-titãs se perdeu na mistureba de suas belíssimas composições com as músicas de alheios. O gosto ficou de extrema dúvida, sobretudo nas odiosas versões de “Whisky a Go Go” e “Chorando Se Foi”. Se a intenção era deixá-las com um tom descompromissado, de tiração de sarro cult, Nando Reis foi extremamente infeliz. E se a intenção era defendê-las como importantes para a sua redescoberta de linha musical, novamente, o cantor foi mais do que infeliz.
Ao vivo e misturado, ficou a certeza que a sua vitoriosa carreira solo aliada a essa nova turnê de revisão de música popular radiofônica soa catastrófica. Apesar de não ser segmentado e acertar vários eleitorados, seu show desfigura suas próprias canções e deixa a impressão de que se trata de um caça níquel. Afinal de contas, era necessário tocar “Nuvem de Lágrimas” já com o jogo ganho? O público pode ter aprovado, mas a audácia não teve nenhuma poética musical interessante.
Leonardo Handa - Jornalista
Depois de uma introdução breve, o ambiente ficou morno e as canções que funcionam perfeitamente no conforto do lar, se tornam insuficiente de segurar o show. “Relicário”, por exemplo, é lindíssima. No entanto, ao vivo não possui tanta força e causa bocejos. “All Star”, homenagem escrita para a Cássia Eller, não chegou à unha do dedão do pé nem com as desafinações charmosas do Nando Reis. Uma pena.
Nesta atual turnê, “Bailão do Ruivão”, dedicada a inusitados covers que passeiam de “Você Não Vale Nada” a “Muito Estranho”, do compositor Dalto, o ex-titãs se perdeu na mistureba de suas belíssimas composições com as músicas de alheios. O gosto ficou de extrema dúvida, sobretudo nas odiosas versões de “Whisky a Go Go” e “Chorando Se Foi”. Se a intenção era deixá-las com um tom descompromissado, de tiração de sarro cult, Nando Reis foi extremamente infeliz. E se a intenção era defendê-las como importantes para a sua redescoberta de linha musical, novamente, o cantor foi mais do que infeliz.
Ao vivo e misturado, ficou a certeza que a sua vitoriosa carreira solo aliada a essa nova turnê de revisão de música popular radiofônica soa catastrófica. Apesar de não ser segmentado e acertar vários eleitorados, seu show desfigura suas próprias canções e deixa a impressão de que se trata de um caça níquel. Afinal de contas, era necessário tocar “Nuvem de Lágrimas” já com o jogo ganho? O público pode ter aprovado, mas a audácia não teve nenhuma poética musical interessante.
Leonardo Handa - Jornalista