Antigamente os filmes de temática gay abusavam dos estereótipos e por vezes constrangiam o público. Alguns deles também desandavam para a comédia de exageros a fim de dar uma leveza ao assunto. Passaram-se os anos e certos tabus evaporaram, mas ainda geram conflitos e, sobretudo, preconceitos. Abordar histórias com personagens homossexuais ainda é delicado, apesar de “O Segredo de Brokeback Mountain” ter sido indicado ao Oscar e o ator Sean Penn ganhar o mesmo prêmio de melhor ator por “Milk”.
Os dramas de temática gay ainda causam estragos, principalmente aos homossexuais, chamando a atenção tanto no processo de identificação (afinal, a vida é dura), como na abordagem peculiar de determinado assunto (concordo, esta parte ficou vazia de argumentos). Mas hoje também existem comédias românticas do gênero gay, com os mesmos clichês levantados pelos padrões hollywoodianos. Tudo isso para quê? Este público é consumidor e gasta bem.
Enfim, a ideia não é falar sobre indústria cultural, e sim, dizer que existem diretores de mãos hábeis que conseguem arrancar histórias comuns misturadas à idiossincrasia. O arquétipo atual é o longa-metragem “Minhas Mães e Meu Pai”, de Lisa Cholodenko. O filme foi indicado ao Oscar deste ano e teve ótimas críticas, com méritos à atriz Annette Bening, que está perfeita no papel de uma médica lésbica.
Apesar de o trailer vender o filme – que já está nas locadoras – como uma comédia, não se deixe iludir, pois é muito mais do que isso. “Minhas Mães e Meu Pai” é leveza, acima de tudo, ou seja, não gera aquele sentimento de constrangimento. Além disso, o longa já vale por ter na abertura a música “Cousins”, do Vampire Weekend, cujo multi-instrumentista Rostam Batmanglij é gay assumido.
Se a intenção de “Minhas Mães e Meu Pai” era mostrar que o tema é normalidade, não tem nada de feio, errado ou pecador, a diretora acertou muito mais do que o olhar. Ela abriu um horizonte.
Leonardo Handa - Jornalista
Os dramas de temática gay ainda causam estragos, principalmente aos homossexuais, chamando a atenção tanto no processo de identificação (afinal, a vida é dura), como na abordagem peculiar de determinado assunto (concordo, esta parte ficou vazia de argumentos). Mas hoje também existem comédias românticas do gênero gay, com os mesmos clichês levantados pelos padrões hollywoodianos. Tudo isso para quê? Este público é consumidor e gasta bem.
Enfim, a ideia não é falar sobre indústria cultural, e sim, dizer que existem diretores de mãos hábeis que conseguem arrancar histórias comuns misturadas à idiossincrasia. O arquétipo atual é o longa-metragem “Minhas Mães e Meu Pai”, de Lisa Cholodenko. O filme foi indicado ao Oscar deste ano e teve ótimas críticas, com méritos à atriz Annette Bening, que está perfeita no papel de uma médica lésbica.
Apesar de o trailer vender o filme – que já está nas locadoras – como uma comédia, não se deixe iludir, pois é muito mais do que isso. “Minhas Mães e Meu Pai” é leveza, acima de tudo, ou seja, não gera aquele sentimento de constrangimento. Além disso, o longa já vale por ter na abertura a música “Cousins”, do Vampire Weekend, cujo multi-instrumentista Rostam Batmanglij é gay assumido.
Se a intenção de “Minhas Mães e Meu Pai” era mostrar que o tema é normalidade, não tem nada de feio, errado ou pecador, a diretora acertou muito mais do que o olhar. Ela abriu um horizonte.
Leonardo Handa - Jornalista