O Vanguart está menos melancólico. Isso é perceptível já na primeira
faixa do novo álbum “Muito Mais Que o Amor”, que será lançado em formato físico
daqui uns dias. Se a tristeza permeava todo o álbum anterior (o incansavelmente
elogiado “Boa Parte de Mim Vai Embora”), agora um sol brilha nas composições.
O trabalho é composto por 11 canções, quase todas desenhadas por Helio
Flanders (voz, violão, gaita) e Reginaldo Lincoln (baixo e bandolim). Como
tradição, o último continua cantando pelo menos uma faixa, nesse caso, a
faceira “Mesmo de Longe”, de bateria reta, melodia pegajosa e teclados que
fazem a cama para o personagem versar sobre o encontrar do amor.
Fernanda Kostchak, violinista que acompanhou toda a turnê do álbum
anterior, agora é membro oficial, e tem destaque nos lindos arranjos,
enaltecendo o folk pop do grupo, principalmente na primeira faixa, “Estive”. A
canção, aliás, serve de resposta para toda a angústia de “Boa Parte de Mim Vai
Embora”, algo nem tão explícito, mas sugerido nos versos “e na tua casa, beijei
tua alma / no apartamento foi teu sentimento / cuidei da tua vida com amor e
com calma / e ainda estou aqui”.
Apesar de inferiormente macambúzio, não espere tanta diferença de
sonoridade. Impossível não comparar “Muito Mais Que o Amor” com o segundo
trabalho da banda mato-grossense, que possui um baterista criado em Francisco
Beltrão, o músico Douglas Godoy, o que é um abrir de sorrisos para os nascidos
no Sudoeste do Paraná e que curtem a banda.
Não se trata de seu melhor disco. As letras estão mais diretas, o que
é ótimo. Não possui firulas, nem invenções. Tudo está mais certeiro, sem
rodeio, como o amor deve ser. E isso já é motivo o suficiente para degustar a
turma de Helio Flanders.
