Quando eu ouvi a primeira canção de “Boa Parte de Mim Vai Embora”, novo álbum da Vanguart, pensei: que diabos? Urgentemente, fazendo um exercício jornalístico, quis rotulá-la, mas não consegui. A canção é mezzo sertaneja e mezzo brega, com uma letra de narrativa envolvente e com um Hélio Flanders inspiradíssimo nos vocais, sobretudo no belíssimo refrão que não faria feio se surpreendentemente tocasse na Viva FM, de Pato Branco.
Passado o choque de ouvir cinco vezes seguidas “Mi Vida Eres Tu” e ficar completamente viciado na canção, passo para a seguinte, “Se Tiver Que Ser na Bala, Vai”, e o universo Vanguart retorna aos eixos. Se as referências do debut já eram boas, neste novo trabalho estão mais condizentes e os textos nitidamente mais inspirados. A trupe de Flanders caprichou nas camadas de seus instrumentos, com arranjos que, se não trazem nenhuma novidade, não decepcionam os fãs. Exemplo? A belíssima introdução de “Nessa Cidade”, com trompete executado por Flanders e violino tocado pela integrante especial, a sexta Vanguart, Fernanda Kotschak. Destaque também para a participação cada vez mais forte do vocal do baixista Reginaldo Lincoln, que canta duas das 13 músicas do disco.
O sentimentalismo está um tanto quanto mais latente em “Boa Parte de Mim Vai Embora”, vide o próprio título do álbum, de um sofrimento delicioso que remete mudanças. E é justamente essa palavra que sintetiza o período sônico da Vanguart, com excelentes canções que poderiam estar no setlist de muitas rádios, sobretudo, as mais populares. Isso seria depreciativo? De maneira alguma. Apenas provaria que a banda tem muita bala para disparar.
Leonardo Handa - Jornalista
Passado o choque de ouvir cinco vezes seguidas “Mi Vida Eres Tu” e ficar completamente viciado na canção, passo para a seguinte, “Se Tiver Que Ser na Bala, Vai”, e o universo Vanguart retorna aos eixos. Se as referências do debut já eram boas, neste novo trabalho estão mais condizentes e os textos nitidamente mais inspirados. A trupe de Flanders caprichou nas camadas de seus instrumentos, com arranjos que, se não trazem nenhuma novidade, não decepcionam os fãs. Exemplo? A belíssima introdução de “Nessa Cidade”, com trompete executado por Flanders e violino tocado pela integrante especial, a sexta Vanguart, Fernanda Kotschak. Destaque também para a participação cada vez mais forte do vocal do baixista Reginaldo Lincoln, que canta duas das 13 músicas do disco.
O sentimentalismo está um tanto quanto mais latente em “Boa Parte de Mim Vai Embora”, vide o próprio título do álbum, de um sofrimento delicioso que remete mudanças. E é justamente essa palavra que sintetiza o período sônico da Vanguart, com excelentes canções que poderiam estar no setlist de muitas rádios, sobretudo, as mais populares. Isso seria depreciativo? De maneira alguma. Apenas provaria que a banda tem muita bala para disparar.
Leonardo Handa - Jornalista