terça-feira, 22 de setembro de 2015

Impressões – “1989” – Ryan Adams


Ryan Adams dá novos sentidos a "1989", de-quem-você-sabe-quem

Certa vez, um namorado meu disse que eu só gostava das cantoras pop americanas quando algum artista mais cult as regravava. Verdade. Acho a versão de Toxic, da Britney, feita pelo Hard-Fi, do caralho. E agora, qual a minha maior surpresa? Ouvir a versão do Ryan Adams para um álbum inteiro da Taylor Swift. O canadense fez favores maravilhosos ao disco “1989”, lançado pela loirinha magrela no ano passado. Ficou bom? Que dúvida. Eu diria que até melhor do que o original.

O jornalista Daigo Oliva, da Folha de S. Paulo, escreveu algo certeiro sobre o trabalho: “Sem querer, Adams transforma Taylor Swift em gênio. Enxuga todos os excessos de produção para revelar que, por trás das várias camadas digitais e efeitos que tornam todos os novos artistas pop iguais, há uma ótima compositora”. Resumindo, é isso mesmo.

Ryan Adams, que tem em comum com a Taylor o apreço inspirador do country, deixou todas as músicas límpidas, com aquele pequeno eco etéreo característico em sua obra. Esse detalhe particular é o confeite do chantilly. Dá para perceber cada acorde e melodia, ao contrário da versão original, tão grandiloquente numa produção que ofereceu uma guinada na carreira de Taylor, porém, cagou na estrada que simboliza o sucesso.

A própria cantora não conteve os elogios nas redes sociais. Não por menos, ouvir “Bad Blood” como uma balada deve tê-la feito gozar. Até a letra ganhou um novo sentido. Cantado por Ryan, versos como “Did you have to hit me where I`m weak? Baby, I couldn`t breathe then, brought me in so deep, salt in the wound like you`re laughing right at me”, viram poesia.

Não há mais o que discorrer. Apenas sentir. Não que o trabalho da cantora fosse ruim, mas agora foi melhorado. Imagina se a moda pega? Conor Oberst poderia pegar um ábum da Beyonce e transformá-lo num novo clássico.