
_O Coldplay encantou a música pop com um debut memorável, marcado por duas belíssimas canções que alçaram a banda ao estrelato. O trabalho tinha uma inocência interessante e contava com um Chris Martin totalmente Sandy, algo que deixava a banda mais atraente devido a timidez sem propósito, mas encantadora.
No segundo álbum, o grupo fincou ainda mais as mãos nos corações sentimentalóides e cuspiu o essencial “A Rush Of Blood To The Head”, com letras mais elaboradas e uma grandiloquência nas melodias que foram capazes de abrir um sorriso torto em Paul McCartney. O disco é quase irretocável e a melancolia confortante está presente a cada rima._
Nessa fase, Chris Martin já havia perdido a virgindade e começava a esboçar aquele sarcasmo típico dos ingleses. Suas declarações nunca chegaram aos pés das profanadas pelos irmãos Gallagher, porém, continham charme. E aí veio a pretensão. Junto com ela, um disco ‘high and dry’ chamado “X & Y”. Apesar de alguns bons momentos – principalmente nas baladas (sempre certeiras) – quando o Coldplay deseja fazer algo animado, a coisa derrapa no seco. Exemplo? “Speed Of Sound”.
O rei na barriga continuou, agora com a curadoria de Brian Eno, e assim os ingleses lançaram “Viva La Vida” (não vou pôr o resto do título, porque não merece menção). Foi o disco mais vendido dos caras, contudo, a crítica rejeitou lindamente cada frase evocada por Chris e companhia.
Hoje, ano de 2011, o grupo lança “Mylo Xyloto”, quinto álbum de uma vitoriosa carreira. O disco começa com o prelúdio da canção título e na sequência surge a indie pop “Hurts Like Heaven”. A canção termina e você pensa: - o Coldplay está soando meio Two Door Cinema Club ou é impressão a minha?
Passada a estranha sensação, o grupo evoca “Paradise”, música que ganhou um videoclipe muito bacana. Pena que a canção só funciona com o auxílio de imagens. Depois da balada, que sofre pela ausência de guitarras, aparece a insossa “Charlie Brown”, que soa exatamente como os fãs do Coldplay querem: introdução calma e força no refrão, aquela mesma fórmula que o R.E.M. soube fazer muito melhor do que os ingleses. A canção e termina e você aguarda uma surpresa. E o que vem? “Us Against The World”, com violões e uma bonita mensagem de esperança. Funciona? Só se for num encontro de jovens carismáticos.
Depois de mais uma vinheta musical de sigla estranha, eis que o golpe atende pelo nome de “Every Teardrop Is a Waterfall”, que mostra o lado ABBA do Coldplay. É divertida e deve render alguns remix para tocar nas pistas. O riff de guitarra dá a vontade de ficar batendo o pezinho no chão. Mas é uma canção bem inofensiva e não ajuda a levantar a plateia como “Politik”.
Apesar de ter mais sete faixas, o disco acaba aí, porque o resto é dispensável e nos faz pensar na frase que o próprio Chris Martin falou: é possível que depois desse álbum o Coldplay encerre as atividades. É bom que isso aconteça, pois ele nunca conseguirá ser um Bono Vox, como prenunciaram alguns xiitas._
Leonardo Handa - Jornalista
No segundo álbum, o grupo fincou ainda mais as mãos nos corações sentimentalóides e cuspiu o essencial “A Rush Of Blood To The Head”, com letras mais elaboradas e uma grandiloquência nas melodias que foram capazes de abrir um sorriso torto em Paul McCartney. O disco é quase irretocável e a melancolia confortante está presente a cada rima._
Nessa fase, Chris Martin já havia perdido a virgindade e começava a esboçar aquele sarcasmo típico dos ingleses. Suas declarações nunca chegaram aos pés das profanadas pelos irmãos Gallagher, porém, continham charme. E aí veio a pretensão. Junto com ela, um disco ‘high and dry’ chamado “X & Y”. Apesar de alguns bons momentos – principalmente nas baladas (sempre certeiras) – quando o Coldplay deseja fazer algo animado, a coisa derrapa no seco. Exemplo? “Speed Of Sound”.
O rei na barriga continuou, agora com a curadoria de Brian Eno, e assim os ingleses lançaram “Viva La Vida” (não vou pôr o resto do título, porque não merece menção). Foi o disco mais vendido dos caras, contudo, a crítica rejeitou lindamente cada frase evocada por Chris e companhia.
Hoje, ano de 2011, o grupo lança “Mylo Xyloto”, quinto álbum de uma vitoriosa carreira. O disco começa com o prelúdio da canção título e na sequência surge a indie pop “Hurts Like Heaven”. A canção termina e você pensa: - o Coldplay está soando meio Two Door Cinema Club ou é impressão a minha?
Passada a estranha sensação, o grupo evoca “Paradise”, música que ganhou um videoclipe muito bacana. Pena que a canção só funciona com o auxílio de imagens. Depois da balada, que sofre pela ausência de guitarras, aparece a insossa “Charlie Brown”, que soa exatamente como os fãs do Coldplay querem: introdução calma e força no refrão, aquela mesma fórmula que o R.E.M. soube fazer muito melhor do que os ingleses. A canção e termina e você aguarda uma surpresa. E o que vem? “Us Against The World”, com violões e uma bonita mensagem de esperança. Funciona? Só se for num encontro de jovens carismáticos.
Depois de mais uma vinheta musical de sigla estranha, eis que o golpe atende pelo nome de “Every Teardrop Is a Waterfall”, que mostra o lado ABBA do Coldplay. É divertida e deve render alguns remix para tocar nas pistas. O riff de guitarra dá a vontade de ficar batendo o pezinho no chão. Mas é uma canção bem inofensiva e não ajuda a levantar a plateia como “Politik”.
Apesar de ter mais sete faixas, o disco acaba aí, porque o resto é dispensável e nos faz pensar na frase que o próprio Chris Martin falou: é possível que depois desse álbum o Coldplay encerre as atividades. É bom que isso aconteça, pois ele nunca conseguirá ser um Bono Vox, como prenunciaram alguns xiitas._
Leonardo Handa - Jornalista